terça-feira, 17 de agosto de 2010

Porque eu amo massagem nos pés

Frederico pegou, junto aos meus perfumes, um vidro de óleo seve. Me perguntou, com sua vozinha de anjo: “É do papai?” E eu respondi: “Não, é da mamãe. Deixe isso aí e vamos dormir.” Não satisfeito com a minha negativa, agarrou o vidro e levou pra cama. Mais uma vez me indagou: “Que isso, mamãe?” E eu respondi, não querendo me alongar: “È de fazer massagem nos pés.” Ele me olhou com seus olhinhos de estrela, ainda esperando entender pra que servia aquilo. “Quer que a mamãe faça em você?”, perguntei, sabendo que minhas explicações ainda não haviam sido convincentes. Ele balançou a cabeça, fazendo que sim. Coloquei óleo nas mãos, esfregando-as uma na outra e comecei a massagear seus pezinhos: os dedinhos pequenos escorregando pelos dedos, o calcanhar que cabia certinho na palma da minha mão, arrancando gargalhadas sonoras, sorrisos e risadas que soaram como música aos meus ouvidos de mãe. “Eu, eu, mamãe!” Ele disse espalmando as mãozinhas pra que eu colocasse óleo nelas, da mesma forma que eu havia feito. “Muito!!!” Reclamou ele prontamente da pequena quantidade oferecida. E com seus dedinhos gordinhos, suas mãozinhas de veludo, com sorriso de algodão doce nos lábios, foi acariciando meus pés, descoordenadamente, satisfeito por estar sendo confiado a uma tarefa tão importante.
Maior do que a gostosa e surpreendente certeza de que meu filho repetia, como um carbono, aquilo que eu - seu exemplo – fazia, ainda que dentro dos seus limites de bebê, foi a deliciosa sensação daquela carícia, que ainda ficou nos meus pés – e no meu sorriso orgulhoso de mãe - pelo resto da noite.

2 comentários: