quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E o nome dele é... CONCA!

Sim, Dario Conca, o ex-jogador do Fluminense, atual jogador do Guangzhou Evergrande, da China.  A escolha do nome, não foi devido as habilidades do jogador, nem devido a paixão do Vito pelo Flu, sem dúvida – até porque Frederico é Botafoguense e, seguindo essa lógica, o mais adequado seria nomeá-lo Loco Abreu – mas pela própria sonoridade do nome. Questões fonéticas. Frederico sorriu satisfeito, após a sugestão. Con-ca. C-o-n-c-a. Conca, Conquinha. Gostoso de falar, gostoso de ouvir.
Nos conhecemos numa feirinha dessas de adoção, na pracinha do Bairro Peixoto. Ele estava lá quietinho, no meio do cercadinho, onde outros maiores faziam festa e se exibiam. Mas sua meiguice e carência nos cativaram. Seu nome, até então, era Sexta-feira, alusão ao dia da semana em que foi resgatado. Por ironia do destino, ele foi achado muito debilitado, a uma obra junto ao Arroio Fundo, rio que corre às margens do meu trabalho. Não sei por quanto tempo vivemos assim, lado a lado, sem saber da existência um do outro. Os veterinários dizem que ele tem entre 4 e 5 anos.
Mas tínhamos alguns problemas. Sexta estava em tratamento e só poderia ser adotado depois de 30 dias. Não sabíamos qual seria a reação do macho-alfa lá de casa – e não estou falando nem do Vito, nem do Fred, tô falando do Bambam mesmo. Marcamos um encontro na pracinha no final da tarde, e aparentemente após aquele cheira-cheira habitual, um no rabo do outro, seus rabinhos abanando informaram que haviam se dado bem. Afinal, a primeira impressão é sempre aquela que fica.
Quando Sexta estava pronto pra ser nosso, outro empecilho. Sim, a obra já havia acabado, mas o caos e o pandemônio da arrumação lá de casa ainda não haviam desaparecido por completo. Como receber mais um, quando ainda nos adaptávamos aquela nova casa? Sem tudo ainda no lugar, ficaria difícil prover um novo lar para nosso amigo.
Ainda nos preocupava Bambam ficar sozinho, apesar da incontestável melhora após o convívio diário com Frederico. Passou a brincar de bola, a morder garrafas, coisas que eu nunca havia presenciado antes, nem quando Bobinho estava conosco, muito menos após sua partida.
Aí, quando a casa já estava pronta, veio a minha licença médica. Repouso absoluto em retiro de monge budista por 10 dias. E o nosso encontro foi uma vez mais adiado.
Quando saímos do elevador, naquela noite de domingo, ele foi logo nos receber na porta – simples carência ou um possível entendimento de que seríamos seus mais novos amigos pra vida inteira? Oferecido, já se deitou de barriga pra cima, se derretendo com os nossos carinhos, enquanto cuidávamos da parte burocrática – porém não menos importante – da coisa toda.
A partida foi tensa, o fazendo tremer e chorar dentro do carro, talvez pelo nervosismo do novo, medo do desconhecido, ou simplesmente saudade – saudade do costume, da casa, das ruas do Bairro Peixoto, saudade daqueles que cuidaram dele até então. O revezamento entre meu colo e do Fred, no banco de trás do carro, conseguiu trazer um pouco (mas só um pouquinho) de tranqüilidade para nosso amigo.
Chegamos em casa e Bambam veio nos encontrar. Um ligeiro estresse ao entrar no elevador – “quem é esse que quer entrar no meu elevador?” Bambam deve ter se questionado em pensamento, que se fez entender em forma de latidos imperativos. Reconhecimento da casa, comida nova, novos cheiros, novos amigos – opa, ainda não sei fazer xixi no postinho – mas a simples certeza de que ali não faltaria mais amor pra ele.
Conca dormiu na sua caminha, do meu lado da cabeceira. Bambam ainda está desconfiado, enciumado, lá do alto do seu puff, rosna se Conca chega perto na hora do seu carinho, rouba descaradamente os biscroks do outro, mas certamente logo, logo redescobrirá o prazer da companhia de um amigo.
Bem vindo, Conca, essa é a nossa família! Que cada dia que passa cresce mais um pouquinho...




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