terça-feira, 10 de maio de 2011

Calcinhas forever


O blog andava às moscas, é fato. Muitas coisas na minha cabeça, sem tempo nem pra me dedicar aquilo que gosto de fazer: escrever. Ando numa fase meio nostálgica, com saudade de tempos que não voltam. Então, resolvi homenagear aquelas que sempre estão ao meu lado, nem que seja uma vez por ano. Meu carinho, disfarçado em forma de texto, para essas mulheres incríveis: as Calcinhas, que sempre estão presentes nas melhores das minhas memórias.

A que sempre chega por último ou a que ama coca-cola

Me lembro da primeira vez que a vi: estávamos no banheiro da faculdade. Ela tinha acabado de cortar os cabelos compridos e me espantei quando a vi com as madeixas mais curtas. Ela deu aquele sorriso tímido, pelo espelho, estreitando os olhinhos, bem típico dela. Para nos tornarmos amigas ainda demorou muito, foram ainda alguns anos – afinal nos éramos de “patotas” diferentes. Com o tempo, e muito depois de formadas, uma oportunidade de trabalho nos uniu em definitivo: trabalhamos muitos anos juntas. E esse convívio diário – entre cafés e confidências – só solidificou aquela amizade que tinha começado de maneira tão tímida. Vi todos os seus filhos nascerem. Levei um susto quando a mais velha começou a ler e escrever, mas hoje já não mais me espanto com a mocinha que transita pela casa, fã do Restart, navegando na internet. Ela foi a primeira a saber que Frederico tava chegando, foi a primeira a compartilhar e a vibrar com todas as minhas conquistas. Ela é sempre a primeira a saber - e a rir comigo - das minhas derrotas. Ela é aquela que corro pra abraçar na hora que to carente, quando preciso de colo.

A cobrinha
Ela é a amiga de infância da que sempre-chega-por-último. Aquela, de visual gótico, cabelo a la panteras, que só andava de preto e que dançava se requebrando como uma “cobrinha”, no micro vestido de plush. Essa só não ganhou o diploma de arquiteta. Pode procurar, que na lista de presença de todas as matérias, seu nome ainda deve estar lá, assinado.
Essa é feita de luz. Não existe ser mais zen no universo. Alternativa, descolada, inteligente. Merece todo meu carinho, meu respeito, meus aplausos.

A que tem o melhor abraço
Sabe quem também fazia parte dessa ala? Aquela “grandona” que tinha um fusca que levava todo mundo pras nights.  A que fazia enfermagem, trabalhava com cachorros e se achou na arquitetura. Assim como as outras, ainda custamos a nos tornar próximas. Foram muitas viagens – Búzios, Arraial, Cabo Frio, Iguaba, Blumenau - e muitos projetos juntas. Mas somente hoje, depois de muitos anos de convívio que descobrimos nossas verdadeiras essências. Ela me conhecia bem mais que eu imaginava, me supreendo. Não existe - no mundo - melhor abraço que o dela.

Pra nós quatro tudo mudou naquela Oktober de 94, com muitas canecas de chopp, encontros nas horas cheias, marrecos fazendo “qüem” e fotos nos banheiros dos restaurantes. Não nos demos conta, mas ali estávamos fundado “as Calcinhas”.

A Xiboca
A do fusca trouxe a irmã, que fazia administração na mesma faculdade, mas não se misturava com a gente. Mas essa mesma irmã - que toda vez que pode, se lembra de uma fatídica mousse verde que preparei pra um amigo oculto desses qualquer - tomou o maior porre que já vi alguém na vida tomar, lá no cantinho da Barra, com uma tal de “xiboquinha”. Me lembro dela toda lipoaspirada no meu casamento, sem poder nem levantar o braço. Não comparece aos eventos pq tá sempre em feira de óculos. Hoje aguarda ansiosamente a chegada de mais uma menina, pra engrossar nosso time.

A dos cachorros
A primeira ainda trouxe a prima, de riso escrachado, que tinha uma casa na Gávea e promoveu várias festas memoráveis. Ah, ela não fez faculdade, a gente sempre lembra, mas é a empresária mais bem sucedida do grupo. Até hoje espero o open laje de inaguração da sua casa, apesar dela já ter se mudado. Vê-la bebendo cerveja em copo de plástico com as luvas da Minnie numa festa a fantasia é uma das cenas mais surreais que já vi na vida.

A riponga
Tem aquela que parecia meio riponga. Maluquinha da cabeça, avoada, desligada. Aquela que fala pra caramba. Aquela que quase a gente não encontra, mas quando a gente encontra é riso só. Por causa de um professor-sabe-tudo de paisagismo, ela não pode se formar com a gente. No último encontro, teve foto dela comendo osso, pra gente não esquecer que essas coisas, só ela mesmo pra fazer... E a fantasia de medusa?

E daí, foram vindo outras...

A patricinha
A loura patricinha trabalhou comigo e com a que sempre-chega-por-último. Já vivemos coisas que até Deus duvida. Me lembro da gente comendo macarrão na casa do pai dela num jogo do Brasil, ou na sua chácara em São Paulo, ou nas inúmeras noites do terraço do Rio Sul. Me lembro da gente em Búzios, no carnaval mais deprê de toda a nossa existência. Me lembro de nossas risadas, me lembro de descobrir que ela estava grávida – pq nem ela mesmo sabia - de estar com ela no dia seguinte de uma situação inacreditável e terrível que ela viveu. Me lembro da gente nas Lojas Americanas, comprando kit mechas. Cafezinho do Viena na falecida Mesbla. 
Ela é o ser mais influenciável que conheci. Era só eu ligar perguntando que ela iria fazer dormindo numa noite de sexta que ela saía debaixo das cobertas e me pegava em casa no intervalo de exatos 15 minutos.

A do BBB
A amiga de trabalho da “cobrinha” chegou e ficou. As duas são como a corda e caçamba. Feijão com arroz. Pão com manteiga. Só vivem juntas. Choppinho? Tavam juntas, chegavam juntas, iam embora juntas... Festa de níver? Comemoração juntas. Aliás foram muitas as festas, inesquecíveis: à fantasia, brega, Halloween. Não, elas não são namoradas (risos).
Nosso calendário tá sempre vinculado ao BBB. Durante os três meses de programa - esquece - será impossível vê-la.
É a fã número um do Bobó de Camarão da minha mãe (e quem não é?)

A caçadora
A da “xiboquinha” também trouxe aquela amiga do trabalho, que de vez em quando tava de dieta e tomava suco de tomate nos barzinhos. Ela me disse “música boa se ouve em casa”, se referindo a dificuldade de achar gente interessante nas nights atuais. Nada mais engraçado e mais correto. Ela adora nossas trocas infindáveis de e-mail, com as discussões de quando, como, onde, que horas, porquê...
Me lembro de um encontro na casa dela e uma tal de melancia atômica espatifada no chão. E a ligação que a dos cachorros recebeu, enquanto ia nos encontrar: “Passa em algum lugar e compra uma melancia!”, como se malancia se vendesse em qualquer loja de conveniência aquela hora da madrugada...

A garota ninja ou a amiga da mulher maravilha
Essa eu trouxe no pacote. Minha hilária amiga, quase irmã. Me lembro das suas histórias divertidas e das diversas nights que bravamente enfrentamos juntas. Essa foi meu conforto nas horas de desespero, alegria dos meus finais de semana deprê. Já rodamos muito juntas: centros espíritas, tratamentos de estética, encontros às escuras, sempre de muito bom humor e sem descer do salto. Não me esqueço do dia que nasceu a ninja girl – ela, no píer da Barra, de tanto rir caiu na areia, e eu, mesmo sendo ninja, não tinha forças pra levantar aquele 1,80m de mulher que mal se agüentava em pé.  Bonequicha, músicas brega, tuuuuuuuuuuuuuuudo de bom, Paulinho e Alice, músicas do Roberto Carlos, passo muito mal, bebêin, Marcinho! Temos muitas coisas pra lembrar. E ainda vamos compartilhar muitas outras, tenho certeza.

Era pra ser sempre e de um tempo pra cá tem sido cada vez mais esporádico. Cada uma com sua vida, com seu corre-corre. Umas aqui, outras em outro estado, outras em outro país! Não importa. É sempre muito bom estar com minhas amigas, tomando choppinho, falando besteira, pagando mico no amigo oculto – que começou inocentemente com calcinhas de R$ 1,99 do Saara e evoluiu para as mais sexies lingeries e os mais divertidos acessórios de sex shop...Aliás, não dá pra esquecer das risadinhas contidas do segurança do Odorico, ouvindo as nossas estórias...

Temos um amigo – o vegetariano – que quer sempre saber o que se passa no papo calcinha.
Mas aqui, nesse grupo, cueca não entra.
Nem com homem dentro.


3 comentários:

  1. Hoje descobri que uma cobrinha pode chorar e rir ao mesmo tempo... Sem trocadilhos PLEASE !!! hehehehe .... Lindo DEMAIS pq somos nós !
    Mas tenho que dizer que vc se esqueceu da "mutante", aquela que "chora até secar a alma de toda mágoa e depois parte para outra" , que troca a cor/corte do cabelo e se reinventa cada vez melhor... Essa é minha ídola, pq é acima de tudo humana e MULHER (em caixa alta!!).
    Sandrex, vcs são TUDO DE BOM !!

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  2. Caramba,fiquei emocionada e com muita saudade dos velhos tempos que realmente não voltam mais.....Parei para pensar quantas coisas vivemos, quantas pessoas passaram por nós, quantas viagens inesquecíveis, quantas fofocas no nosso jornalzinho(rs). Nossa, dava um livro!!!E sabem o que é mais gostoso ?!?!?!? Essa amizade esta completando a maioridade(da maioria)...lá se vão 18 anos !!!! AMO MUITO VCS .Como é bom vcs fazerem parte da minha história de vida...

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  3. Miguis,

    So vc mesma pra me fazer chorar...Lembrei de tantas coisas boas!
    Agora, faltaram algumas outras estorias rs rs
    E ainda haverao outras mais, vc vai ver!
    Te amo, cumadre!

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